segunda-feira, 8 de abril de 2013

“...se uma borboleta bater as asas na China...”




Páscoa significa êxodo, saída, passagem… mudança, esperança no futuro.

Páscoa não pode querer dizer destruição… dos sonhos, da labuta e dádiva, do compromisso e da esperança.

Foi em tempo de Páscoa que aquele menino nascido em Belém entrou no Templo e expulsou os vendilhões… teve como recompensa a traição e a agonia... e os vendilhões refizeram as bancas...

Mas não foi em vão… ainda hoje se sente aquele gesto, ainda hoje se ouve o seu clamor.

Este ano a minha páscoa é cinzenta, e certamente a de alguns de vocês também…

durante anos esta foi a minha casa. Aqui tenho amigos, muitas horas de trabalho, e como diz a Milú… “quantos sonhos”… mas a Medicina vai ter a sua páscoa…

Ao meu amigo Carlos Governo, um abraço sentido. Lá onde estiveres (e sei que velarás pela Pepita) sabes que vamos mesmo ter saudades… quem vou eu atentar nos matraquilhos?

As vozes dos calados são incómodas, mas se todos se calarem qualquer voz se torna grande na imensidão do silêncio. E lembrem-se “...se uma borboleta bater as asas na China...”

 
Margarida Sousa Carvalho