
Páscoa significa
êxodo, saída, passagem… mudança, esperança no futuro.
Páscoa não pode querer dizer
destruição… dos sonhos, da labuta e dádiva, do compromisso e da esperança.
Foi em tempo de Páscoa que aquele menino
nascido em Belém entrou no Templo e expulsou os vendilhões… teve como
recompensa a traição e a agonia... e os vendilhões refizeram as bancas...
Mas não foi em vão… ainda hoje se sente
aquele gesto, ainda hoje se ouve o seu clamor.
Este ano a minha páscoa é
cinzenta, e certamente a de alguns de vocês também…
durante anos esta foi a minha casa. Aqui tenho
amigos, muitas horas de trabalho, e como diz a Milú… “quantos sonhos”… mas a
Medicina vai ter a sua páscoa…
Ao meu amigo Carlos
Governo, um abraço sentido. Lá onde estiveres (e sei que velarás pela Pepita)
sabes que vamos mesmo ter saudades… quem vou eu atentar nos
matraquilhos?
As vozes dos
calados são incómodas, mas se todos se calarem qualquer voz se torna grande na
imensidão do silêncio. E lembrem-se “...se uma borboleta bater as asas na
China...”
Margarida Sousa Carvalho