sexta-feira, 31 de março de 2017

...só o tempo

Toda a minha vida fui treinada para escrever de forma lacónica, a dizer muito em poucas palavras. Traduzir numa frase todo um mundo de circunstâncias é difícil mas é o treino de uma vida. Ainda é mais difícil quando se vivem experiências profundas, fraturantes daquelas só percebidas por quem viveu outras que tais. Quando a impotência de saber que todo o treino e sapiência se mistura com a perda da vida que não se pode conservar, não há lágrimas ou razão que nos leve a angústia...só o tempo.

Sentimos profundamente a perda do Luís Conceição. Senhor da estima de todos, conhecemos a sua genica e capacidade de trabalho, os seus

"vícios" como o canto (no Coral Phidellius) e recentemente o Grupo de Teatro da Casa do Pessoal, aos quais se entregava com uma dedicação entusiasmante e um brilhantismo genuíno.

Ficámos mais pobres. A Casa do Pessoal do Hospital de Torres Novas ficou mais pobre.
E, como os amigos não morrem, apenas seguem primeiro o caminho das estrelas, um dia vamo-nos encontrar.

Á Teresa e aos miúdos vai o carinho de um abraço de todos nós, do tamanho do mundo.


Margarida Sousa Carvalho